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Proposta pelo vereador Hilton Marques, Câmara aprova a criação da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Mulheres


A Câmara, em Sessão Ordinária, aprovou o Projeto de Resolução 3/2023, de autoria do vereador Hilton Marques (PT), que institui a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos das Mulheres.

A Frente tem como objetivo incentivar, desenvolver e apoiar as discussões e as ações relacionadas aos direitos das mulheres, divulgar normas de proteção e defesa, receber e examinar denúncias e representações relativas à discriminação e encaminhá-las aos órgãos competentes e exigir providências efetivas, elaborar projetos de lei que visem assegurar os direitos das mulheres, entre outros.

A Frente Parlamentar poderá atuar em conjunto com órgãos da Administração Pública direta e indireta e organizações da sociedade civil. 

A Frente Parlamentar terá a livre adesão dos vereadores e deverão participar os movimentos sociais de mulheres e movimentos sociais de mulheres negras, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, a Secretaria Municipal de Assistência Social, a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Municipal de Educação, a OAB, as promotoras legais, a Delegacia da Mulher e as organizações sociais que se relacionem ao tema mulher. 

As reuniões serão realizadas na Câmara Municipal, serão públicas e poderão ter a presença dos munícipes e de organizações representativas. 

Marques comentou o projeto: “É a abertura de um espaço para que essa Casa possa discutir de forma mais ampla, discutir direitos e saídas para problemas que possamos ter no nosso município. Quero convidar a todas para que possam fazer parte dessa Frente Parlamentar, como o Conselho Municipal, o Coletivo de Mulheres, Delegacia da Mulher, entre tantos outros órgãos e nossa própria sociedade, para que possamos construir políticas públicas eficientes e quero começar pelo debate da Criação de uma Casa Abrigo de Apoio para Mulheres em situação de violência doméstica.”


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Hilton Marques viaja a São Paulo para continuar luta de Pontilhões e resolver entraves sobre áreas do Governo Federal no município de Jales


O Vereador Hilton Marques (PT) viajou a capital paulista no último dia 31 de maio para cumprir agendas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Na oportunidade, além de conversar com diversos Deputados Estaduais, também participou de uma reunião importante junto ao Celso Carvalho – Superintendente da SPU (Governo Federal), Denis Selymes – Superintendente Substituto SPU/SP, Eric Mazzo – SEDEP, Rodrigo Verardino Gerente de Relações Governamentais da RUMO, Rodrigo representando o Ministro Padilha e Deputado Estadual Paulo Fiorilo (PT).
 
Durante a reunião foram tratados temas importantes para o município de Jales, como a liberação para construção do próximo Pontilhão que passará sobre a linha férrea, regularização do Conjunto habitacional Wladmir Prandi, doação de terreno para Associação ECCART e o futuro de áreas em posse da União que possam ser repassadas ao município.
 
A aproximação com o novo Superintendente da SPU e RUMO certamente trará muitos benefícios não apenas para Jales, mas também para região diante de outras obras que já são mapeadas pela própria RUMO.
 
O Deputado Estadual Paulo Fiorilo comprometeu-se em ajudar neste processo para levantamentos de algumas informações que são necessárias para o avanço técnico da obra e em continuar acompanhando todo este processo de perto e também da região, dado que existem outros investimentos da empresa em nossa região.
 

O Vereador Hilton Marques comentou um pouco sobre a reunião: “Esta reunião foi muito importante para o município, para a construção do próximo Pontilhão são ajustes técnicos e jurídicos entre o Governo Federal e a RUMO, e diante da SPU (Governo Federal) tenho certeza que vamos avançando para solucionar as demais pautas também, vou correr atrás daquilo que foi solicitado e vou apresentando para ajudar neste processo. Sai desta reunião muito animado, pois são situações que vão encerrar um grande ciclo de espera em nosso município!”.

 

da esquerda para direita: Rodrigo (Representando Ministro Padilha), Hilton Marques (Vereador), Paulo Fiorilo (Deputado Estadual), Celso Carvalho (Superintendente da SPU) e Rodrigo Verardino (Gerente de Relações Governamentais da Rumo)


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REUNIÃO COM NOVO SUPERINTENDENTE DA SECRETARIA DE PATRIMÔNIO DA UNIÃO EM SÃO PAULO PAUTOU CONSTRUÇAÕ DE PONTILHÃO E SOLUÇÃO PARA TERRENOS DA UNIÃO EM JALES.


REUNIÃO COM NOVO SUPERINTENDENTE DA SECRETARIA DE PATRIMÔNIO DA UNIÃO EM SÃO PAULO PAUTOU CONSTRUÇAÕ DE PONTILHÃO E SOLUÇÃO PARA TERRENOS DA UNIÃO EM JALES.

Nesta última quinta-feira, 20 de abril, o Vereador Hilton Marques (PT), através de agenda capitaneada pelo Deputado Estadual Paulo Fiorilo (PT), estiveram em reunião junto ao novo Superintendente da Secretaria de Patrimônio da União em São Paulo (SPU/SP) Celso Carvalho e também com superintendente substituto Denis Selymes para trabalhar de assuntos referentes ao município de Jales e região. Participaram da reunião também Antônio Padre Assessor Técnico da Secretaria de Relações Institucionais do Governo Federal, o ex-vereador Luis Especiato, bem como o senhor Carlos de Oliveira Mello presidente da Associação Espaço Cidadania, Cultura e Arte de Jales (ECCART), Higor Arco,  Coordenador do Ponto de Cultura Escola Livre de Teatro e Clayton Campos diretor da Associação.

A reunião ocorreu em formato virtual, onde após as apresentações o Deputado Estadual Paulo Fiorilo abriu a conversa falando da importância que tem significado a construção do primeiro pontilhão e que certamente a construção este próximo será muito positivo pra cidade. Fiorilo destacou o trabalho que o vereador vem fazendo e passou a palavra para que o vereador de Jales expusesse as pautas. O primeiro ponto de pauta, o vereador Hilton Marques defendeu a importância de tonar ágil a transferência de área da união para que o município possa realizar a autorização para a empresa RUMO construir o próximo viaduto em nosso município, como sendo uma obra necessária, muito esperada e de grande importância para a cidade, principalmente para o setor da qual a mesma está projetada. Marques destacou: “O principal elemento da obra é o seu custeio que será feito pela rumo que é a empresa responsável pela obra, dada em contrapartida da sua concessão sobre a ferrovia, o quanto antes resolvermos esta situação, dará mais agilidade para a construção deste pontilhão”.

O ex-vereador Luis Especiato, lembrou ser uma demanda histórica na cidade e que desobstruirá uma parte do transito da cidade, melhorando as condições de tráfego, principalmente nos horários de pico, onde trabalhadoras e trabalhadores saem de suas casas para cumprir com seus compromissos.

O novo superintendente Celso Carvalho, destacou que todo este processo será acompanhado por ele, encontrando-se hoje bem avançado, havendo apenas a necessidade de algumas reuniões com a própria RUMO e de alguns passos em Brasília para tornar de forma definitiva a cessão ao município. Antônio Padre destacou todo apoio e empenho do Ministro Alexandre Padilha para contribuir com os avanços necessários para que possa haver o quanto antes a resolução desta situação diante ao Governo Federal.

Em um segundo momento da reunião, foi colocado pelo Vereador Hilton Marques, um pedido do município a bastante tempo que tramita,  solicitando algumas áreas da União para que fosse repassadas a posse definitiva do município. Dentro destas áreas, também foi solicitado a destinação de um terreno para à Associação Eccart para que possa construir sua sede.

O Superintendente Celso Carvalho, recebeu a solicitação, bem como achou importante também pensar a antiga estação ferroviária como um projeto a ser ocupado pela população. Hilton Marques destacou que hoje o local serve apenas para usuários de drogas e abrigo para moradores em situação de rua. Marques destacou: “É necessário pensar um projeto positivo, seja na área cultural, do turismo ou até mesmo um ponto para escoação de produtos na região através da ferrovia, podendo até gerar receita direta ao município, além de emprego e renda.

Hilton Marques se comprometeu em se reunir com o Prefeito para repassar as informações encontradas e articular ações que possam ir de encontram com soluções para este setor da cidade.


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Agroecologia: garantindo segurança alimentar e meios de vida sustentável num planeta em crises


A agricultura praticada no mundo no Pós-2ª Guerra foi e é, hegemonicamente, uma agricultura capitalista, submetida à lógica da concentração e centralização de capitais e de rendas. Desta forma, se provocou um descompasso entre o aumento da população e a segurança e soberania alimentar dos povos. Voltado a gerar lucros e não alimentos para combater a fome, o chamado agronegócio aprofundou desigualdades e desequilíbrios socioambientais insustentáveis. De um lado, alimentou a sanha financeira e de monopólios industriais. Do outro, expulsou camponeses de suas terras, criou desertos verdes, degradou solos e aprofundou desigualdades sociais.

Com uma população humana crescendo exponencialmente, subsequentemente a demanda por alimentos, energia e água aumenta na mesma proporção. Por sua vez, o uso inadequado dos recursos naturais para atender a estas demandas intensifica os processos de desertificação, mudanças climáticas e perda da biodiversidade, com impactos mais significativos nas terras secas, que com diversos níveis de aridez, representam cerca de 47% da área continental do planeta.

:: “O Agro não é pop”: estudo aponta que a fome é resultado do agronegócio ::

Existem evidências concretas, com experimentos comprovados, de que a agroecologia, como novo paradigma, novo olhar da vida que articula ciência, prática e movimento, pode ser um meio adequado para encontrar as soluções a esses problemas e orientar a transição alimentaria necessária. Contudo, o alinhamento dessas evidências tem sido dificultado pela ausência de dados e informações baseadas em evidências científicas disponíveis sobre os efeitos das iniciativas agroecológicas.

Nesse contexto, nasceu o Projeto AVACLIM – Agroecologia, Garantindo Segurança Alimentar e Meios de Vida Sustentável, Mitigando Mudanças Climáticas e Restaurando Terras em Regiões Secas – buscando abordar essas lacunas de conhecimento através da avaliação dos efeitos multidimensionais de iniciativas agroecológicas em sete países (Índia, Brasil, Senegal, Etiópia, Marrocos, África do Sul e Burkina Faso) nos aspectos sociais, econômicos, técnicos e ambientais em escala local e paisagem-regional.

:: Por que agricultores e pesquisadores defendem que agroecologia pode sanar a fome no Brasil ::

O Projeto Avaclim – financiado pelo Global Environment Facility (GEF) /FAO/ Fundo Francês para o Meio Ambiente Global (FFEM) – tratou-se de uma iniciativa de pesquisa-articulação-ação entre o CARI – Centre d’Actions et de Réalisations Internationales  (França), IRD – Institut de Recherche pour le Développement (França), Both ENDS – Environment and development Service  (Holanda), EMG – Environmental Monitoring Group (África do Sul) e CAATINGA – Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas (Brasil), congregando a ciência, tecnologia e inovação com a inclusão social, voltados a construir alternativas de convivência produtiva e sustentável em zonas áridas e semiáridas.

A pesquisa foi realizada em quatro etapas: 1°) Caracterização das iniciativas agroecológicas; 2°) Determinação do nível de agroecologização; 3°) Análises das condições de desenvolvimento das iniciativas agroecológicas e 4°) Avaliação multicriterial e multidimensional das iniciativas agroecológicas.

Em cada país foram conformados consórcios científicos compostos por técnicos, pesquisadores, e estudantes que trabalharam junto às famílias agricultoras experimentadoras inscritas ao projeto.

No Brasil, o consórcio científico foi conformado diretamente por doze organizações: cinco instituições de ensino, pesquisa e extensão: 1. Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE (líder do Consórcio, através da professora Laetícia Jalil), 2. Universidade do Vale do Rio São Francisco – UNIVASF (através do professor Hélder Freitas), 3. Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB (através do professor Marcelo Casemiro), 4. Instituto Federal do Sertão – IF Sertão (através da professora Cristiane Marinho), 5. A área de Desertificação do Instituto Nacional do Semiárido – INSA, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC (através do Pesquisador e Professor Aldrin M. Pérez-Marin); e sete organizações não governamentais, membros de várias redes e articulações nacionais, regionais e mundiais: 1. Agricultura Familiar e Agroecologia – ASPTA, 2. Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais Alternativas – CAATINGA, 3. Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador – CETRA, 4. Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, 5. Programa de Aplicação de Tecnologia Apropriada às Comunidades – PATAC, 6. Centro de Desenvolvimento Agroecológico – SABIÁ, e 7. Núcleo Jurema – Feminismo, agroecologia e ruralidades.

Nas comunidades selecionadas, os consórcios científicos e de agricultores buscaram elucidar, de forma detalhada e criteriosa, as características e mecanismos ligados a manejos específicos que expliquem a capacidade adaptativa das comunidades e famílias a suportar e até mesmo recuperarem-se após evento de perturbação. As equipes também identificaram as estratégias de organização social utilizadas pelas famílias agricultoras para conviver em situações difíceis impostas pelos eventos ambientais extremos, assim como sistematizaram as estratégias que vem utilizando para permanecer nas comunidades. Foram quantificadas variáveis ambientais mais relevantes sobre a saúde do solo, vegetação e água. Em síntese, as equipes incorporam a retroalimentação social e comunitária a dados biofísicos e socioeconômicos levantados nas iniciativas agroecológicas estudadas.

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Os resultados mostraram que, no âmbito do semiárido brasileiro, muitas famílias vêm respondendo de forma positiva às novas condições ambientais, demonstrando capacidade de inovação e resiliência frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e desertificação, através da intensificação da produção baseada na valorização dos recursos locais, no emprego de tecnologias e práticas de manejo que diversificam os sistemas produtivos, com atividades que se complementam e permitem a formação de estoques de água, forragens, alimentos e sementes; e uma maior circulação de nutrientes, biomassa e energia dentro dos agroecossistemas e comunidades.

Os efeitos das iniciativas agroecológicas tiveram desempenho acima de 80 (numa escala de 0 a 100), quando medimos a resiliência, saúde do agroecossistema, desempenho técnico-econômico, qualidade de vida e bem-estar.

O bom desempenho das iniciativas agroecológicas foi explicado pela auto-organização social; auto-regulação ecológica, diversidade funcional, manutenção da saúde do solo, uso eficiente de recursos e capitalização do conhecimento local.

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Em geral, se observou que as iniciativas agroecológicas estudadas eram bem diversificadas, compostas em média por mais oito subsistemas produtivos tais como: quintais produtivos, criação de bovinos, aves, ovelhas, porcos; sistemas agroflorestais, roçados, roçados de algodão, beneficiamento, mata (reserva) de caatinga. Todos integrados com importantes mediadores sistêmicos de fertilidade do agroecossistema como cisternas, silos, barreiros, poços, bancos de sementes, esterqueiras,  bioáguas, biodigestores, casa de ração e motos, aspectos que potencializam e facilitam em alguma medida, a produção e o trabalho (ou a hora trabalho em cada subsistema).

A elevada biodiversidade e redundância de componentes das iniciativas agroecológicas estudadas permitem às famílias um contínuo e consistente funcionamento dos agroecossistemas, tornando-os mais resilientes, por exemplo, a eventos ambientais extremos, como as estiagens prolongadas que acontecem com frequência no semiárido. A heterogeneidade ecológica significou uma matriz paisagística com maior diversidade de soluções, seja de resistência, estabilidade, adaptabilidade, produtividade e autonomia.

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A diversificação e a eficiência no uso de recursos externos cumprem papel essencial no desempenho técnico-econômico das iniciativas agroecológicas estudadas, com destaque para os subsistemas de criação de animais (bovinos, caprinos, ovinos, porcos e aves) que cumprem um papel fundamental nos agroecossistemas, fornecendo alimentos para as famílias e produtos para o mercado, além da recirculação do estercos que potencializam o cultivo nos quintais produtivos biodiversos, cultivos anuais e sistemas agroflorestais.

As tecnologias sociais cisternas, barreiros, poços e bioáguas, implantadas nas iniciativas agroecológicas, garantem razoável e importante segurança hídrica para o consumo doméstico e para produção. Desse modo, verificou-se que a reciprocidade ecológica e social das iniciativas agroecológicas estudas foi elevada (maior de 80%).

Além da eficiência no processo produtivo, observou-se também que as iniciativas agroecológicas estudadas apresentaram alta diversidade de mercado (pontos de venda).  Vende-se na comunidade, nas feiras livre, em empórios (i.e kaeteh), no PAA – Programa de Aquisição de Alimentos e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e ainda através da ECOARARIPE vendem o algodão agroecológico.

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Nestes espaços, comercializam vários produtos: cereais, animais, doces, galinhas, ovos, hortaliças, suínos, conferindo uma renda razoável que, somada à renda não agrícola, lhes garante uma economia familiar permanente e satisfatória, quando comparada com a renda média local. Verificamos que para cada dólar investido, as iniciativas agroecológicas obtiveram entre 2 a 3 dólares de lucro fiduciário, indicando alta eficiência econômica, além de importante e crescente soberania econômica, isto é, boa base de recursos autocontrolada (menor dependência externa) para a gestão dos agroecossistemas. Some-se ao resultado econômico em si, os enormes ganhos ambientais.

Quanto a melhoria da qualidade de vida e bem-estar, os quintais produtivos tiveram um papel significativo. Pois, nestes espaços ou subsistemas, encontram-se uma variedade os cultivos em mini escala, tais como: hortaliças, frutas e plantas medicinais que são consumidas pelas famílias, comercializados, trocados e ou doados na própria comunidade. Nos quintais produtivos em geral se produzem mudas para serem cultivadas em outras áreas dos agroecossistemas e alguns insumos, a exemplo do resto das frutas e hortaliças para alimentação das galinhas. Foram nestes subsistemas que se obtiveram os melhores valores de saúde do solo.

Outro aspecto diretamente associado à melhoria da qualidade de vida e bem-estar das iniciativas diz respeito ao Programas Um Milhão de Cisternas, o P1MC, assim como o Uma terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação do Semiárido, implementado em todo o semiárido brasileiro, que permitiu acesso a primeira e segunda águas às famílias.  Assim, mediante este programa, as famílias adotaram estratégia de estocagem de água das chuvas para consumo humano, animal e vegetal, especialmente para a produção de alimentos nos quintais produtivos e das criações de pequenos animais.

 Os estudos, no entanto, indicam que ainda há muito o que as iniciativas agroecológicas estudadas melhorem. A falta de empregos dignos e oportunidades, sobretudo para a população jovem, bem como a capacitação das mulheres associadas à participação e empoderamento feminino são limites percebidos na avaliação final. Quanto à gestão das rendas auferidas, controle dos recursos e tomada de decisões nos processos produtivos, percebeu-se problemas e limitações cruciais para o pleno desempenho dos agroecossistemas.

Em suma, verificou-se que as famílias com sistemas agrícolas em bases agroecológicas ampliam a soberania econômica, aprimoram eficiência técnica do processo de conversão de bens ecológicos em bens econômicos e aumentam a integração social.

Os processos de integração social, geração de conhecimentos em rede e das trocas/intercâmbios nos próprios agroecossistemas e com outras famílias, promovem e estimulam as experimentações e inovações, além da  ampliação da participação de mulheres e jovens.

Finalmente, destacamos que as iniciativas agroecológicas apoiadas em estímulos políticos estruturantes, com práticas agropecuárias contextualizadas, socialmente inclusivas e integradoras, em combinação com o fortalecimento de mecanismos de reciprocidade comunitária, fortalecidos pela implementação de políticas públicas contextualizadas, aumentam os impactos socioambientais positivos da agroecologia no entorno social, econômico e ambiental e  capacidade de respostas às mudanças climáticas e ao processo de desertificação.

* Aldrin M. Pérez-Marin é Pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA).

** José Jonas Duarte da Costa é professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

*** Pedro Paulo Carvalho é coordenador do Projeto – ONG CAATINGA.

**** Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Vivian Virissimo