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Privatizar a Sabesp? Que isso rapaz!


O debate sobre a privatização da Sabesp é um ato de responsabilidade parlamentar paulista, porém não apenas sobre os Deputados Estaduais que lá estão, é importante trazer este debate aqui também para a nossa cidade que é um dos mais de 370 municípios que são assistidos por ela, na casa de mais de 28 milhões de pessoas que dependem dos serviços oferecidos pela empresa no Estado de São Paulo. A Sabesp é uma empresa de economia mista e capital aberto com ações negociadas diretamente nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova York. Isso mesmo, uma parte dela é de grande interesse de acionistas, que colhem lucros! 

O governo do Estado de São Paulo detém hoje cerca 50,3% das ações da Sabesp. Os demais percentuais em ações são negociadas na B3 (37,6%) e na NYSE (12,1%). É preciso fazer uma grande reflexão sobre o assunto, pois estamos prestes a ver aprisionado e a se tornar mercadoria aquilo que é essencial para à vida humana. Água e Saneamento são estratégicos para o crescimento de uma nação, por isso não podemos priorizar o lucro em detrimento do bem-estar do povo paulista. Afinal de contas, você aqui de Jales é por acaso mal atendido pela SABESP? Passa por dificuldades de fornecimento de água? Está passando por algum tipo de desabastecimento? Você que é comerciante, uma empresa que obtém o lucro de 3,12 Bilhões em 2022, com crescimento de mais de 35% comparado ao ano anterior está passando por alguma crise? Evidente que não!

Por isso este debate precisa passar pelas mãos da população principalmente e precisamos desta forma conter os avanços da privatização, que apenas reverterá em maiores lucros para acionistas e sem sombra de dúvida o aumento de contas para a população, impactando nas empresas, no comércio e principalmente na vida dos mais pobre. O posicionamento da população é sem dúvida o maior ato que poderá a vir impedir que a privatização da água se concretize em nosso estado, em especial também na nossa cidade.  


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TRABALHO INFANTIL


Por Cléia Dias, Assistente Social e Coordenadora de Projetos da Cáritas Diocesana de Jales

Trabalho infantil é toda forma de serviço realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida. No Brasil, antes de completar 14 anos, não pode trabalhar em hipótese alguma. O trabalho, quando realizado na condição de aprendiz, é permitido a partir dos 14 anos, oque envolve uma série de regras. Neste caso, deve ser supervisionado e combinado entre rendimento e frequência escolar. Aos 16 anos, é permitido, mas se for trabalho noturno, perigoso e insalubre, a proibição se estende aos 18 anos incompletos.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) sobre Trabalho Infantil, com dados de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 1,768 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham em todo o território nacional, o que representa 4,6% da população (38,3 milhões) nesta faixa etária.

Essa situação tem se agravado devido à crise socioeconômica no contexto da pandemia Covid-19, pois, muitas famílias perderam seus empregos, ou sãoautônomas, ficandosem renda para o provimento das necessidades básicas.Em situações de extremas vulnerabilidades, obriga-se a buscar alternativas, chegando a colocar os filhos em situação de trabalho infantil, como a venda de doces em portas de estabelecimentos comerciais e semáforos, salgados nas ruas, trabalhos em reciclagense outros.

As consequências do trabalho infantil na vida de uma criança são inúmeras, prejudica na aprendizagem, geradefasagem escolar, não permite que brinque com outras crianças de sua idade e a torna vulnerável em diversos aspectos, tais comosaúde, exposição à violência, assédio sexual, esforços físicos intensos, formação intelectual, psicológica, social e moral. As crianças que trabalham, muitas até se esforçam para estudar, mas são vencidas pelo cansaço, comprometendo o estudo, que permite o desenvolvimento e a preparação para o trabalho, quando estiver na idade de trabalhar. 

A criança pode participar em algumas tarefasde casa sem que traga riscos, como: arrumar a própria cama, ajudar a enxugar a louça, organizar os brinquedos e materiais escolares, entre outras atividades que não caracterizamtrabalho infantil. São atividades educativas que estimula a solidariedade, o comprometimento e a responsabilidade.

Diz o apóstolo São Paulo: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, raciocinava como menino; quando cheguei a ser homem, deixei para trás as coisas de menino” (1Corintios 13,11). Não se obriga a criança a ser alguém que não é próprio de sua idade. Paulo afirma que viveu a naturalidade biológica de uma criança, demonstrando a pureza e inocência de sua infância.  

O Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA) determina prioridade na proteção da infância e na garantia de seus direitos, a saúde, educação, lazer, esporte, cultura e ser cuidada por um responsável, família,Estado e sociedade. O trabalho infantil impede a garantia desses direitos. 

O Sistema de Garantia de Direitos tem um papel fundamental no enfrentamento à violação, no entanto, propõe, delibera e controla as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes. Assim, como o poder público e as entidades de defesa à criança e ao adolescente, a sociedade civil também pode contribuircom informações e mobilizaçõesque promovam e garantam os direitos da criança. A criança tem o direito de estudar, brincar e aprender; trabalhar só quando crescer.